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  • Polícia Prende 10 Traficantes Escondidos Em Bunker


  • Esconderijo contava com porta automática, dois cômodos e saída para fuga

Durante a manhã desta sexta-feira (19), a operação da Polícia Civil realizada na comunidade de Parada de Lucas, situada na Zona Norte do Rio de Janeiro, resultou na descoberta de um esconderijo (bunker) utilizado pelo tráfico de drogas local. 

Esse bunker foi construído no terreno de uma organização não governamental (ONG), que, de acordo com os investigadores, funciona como fachada. Durante a operação, 10 traficantes foram detidos e um grande arsenal, composto por fuzis, pistolas e granadas, foi apreendido.

O objetivo principal da ação policial na favela era interromper um plano de invasão realizado pelos traficantes do Terceiro Comando Puro, que buscavam dominar comunidades controladas por facções rivais. 


No total, foram efetuadas 17 prisões, e as autoridades confiscaram 15 fuzis, uma metralhadora calibre .30, uma metralhadora calibre .50, além de munições, granadas e substâncias entorpecentes.

O Confortável Bunker

De acordo com os policiais envolvidos na operação, o tipo de esconderijo descoberto em Parada de Lucas é comumente encontrado em outras favelas do Rio de Janeiro. 

No entanto, os agentes destacaram que o bunker encontrado nesta sexta-feira era particularmente "engenhoso", indicando uma estrutura bem planejada e construída.

Ao todo, 10 traficantes foram presos e, com eles, foi descoberto um arsenal com fuzis, pistolas e granadas — imagem: reprodução

O delegado Marcos Amim, titular da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), contou que o bunker do tráfico tinha uma porta automatizada, que abria através de um controle remoto. O espaço interno era dividido em dois cômodos, sendo que um deles estava ainda em obra, para a instalação de cozinha e banheiro. 

A ONG De Fachada

Com base nos detalhes revelados pela Polícia Civil, foi constatado que o abrigo utilizado pelo tráfico de drogas foi construído nas áreas adjacentes de uma ONG que operava naquela região.

Os investigadores afirmaram que os responsáveis pela organização não governamental tinham pleno conhecimento da construção do esconderijo. Não restam dúvidas às autoridades policiais de que tanto a referida ONG quanto seus proprietários estão envolvidos nas atividades ilícitas relacionadas ao tráfico de entorpecentes.

Foram apreendidos 15 fuzis, 1 metralhadora ponto 30, 1 metralhadora ponto 50, munição, granadas e drogas — Imagem: reprodução

A polícia identificou Jose Cláudio Fontoura Piúma, conhecido como Gaúcho, como a pessoa encarregada da suspeita ONG. Conforme a Polícia Civil, as investigações em relação a ele seguem em andamento.

"Foi uma obra de grande vulto. Impossível de se fazer sem que houvesse nuance daqueles responsáveis por essa ONG de fachada. Agora temos materialidade para se colocar no papel que o responsável principal da ONG, que se dizia ter largado o tráfico de drogas, ainda faz parte do narcotráfico. Ele ainda é uma peça fundamental para a organização criminosa", disse o delegado Amim.